
Manolito, assim o chamamos
O livro foi todo desenhado e colorido com marcadores permanentes, nas cores verde, vermelho, laranja e preto, deixando o branco do papel em evidência. A escolha do material parece muito acertada: o desejo de Manolito é ficar. Os traços e formas simples predominantes na ilustração cedem todo protagonismo a Manolito – bicho encantador mesmo que seus métodos de convencimento não sejam os mais apropriados – e colaboram para enaltecer o teor da história.
Cheio do humor e doçura tão peculiares à obra de Roldán, Manolito é um livro que dá muito a pensar, levantando questões tanto contemporâneas quanto atemporais, as quais não têm respostas simples e diretas. Leitura complexa, exige do leitor reflexão, fazendo com que retome seu entendimento sobre inclusão, desigualdade, imigração, empatia e, sobre si mesmo, o modo como se relaciona com o mundo e com o outro neste embate entre o dono da casa e Manolito.
Ao longo do livro se torna difícil escolher um lado, seja pelo fato de Manolito ser encantador – ou talvez irritante – seja porque o dono da casa, embora no direito de sua privacidade e propriedade, talvez esteja deixando vazar seus próprios preconceitos.
Autor, Ilustrador: Gustavo Roldán
Editora: Livros da Matriz; 1ª edição (12 novembro 2021)
Idioma: Português
Capa comum: 40 páginas
ISBN-13: 978-6586167047
Idade de leitura: 8 - 11 anos
Dimensões: 24 x 0.4 x 17.5 cm