No longe dos gerais, de Nelson Cruz Uma travessia pelo sertão mineiro Publicado pela primeira vez em 2004, No longe dos gerais começou a se desenhar na cabeça do artista Nelson Cruz a partir da imagem do escritor João Guimarães Rosa montado na mula Balalaika ao lado de vários vaqueiros, acompanhando a condução de uma boiada no interior de Minas Gerais em 1952. “Certo dia, senti que a imagem se transformara numa ideia e inquietava minha mente de tal maneira que parecia ter adquirido vida própria. As ideias começaram a vir em quantidade e desordenadamente. Acima de tudo, a vontade de desenhar o sertão mineiro era muito forte”, diz o autor. Começou então um período de pesquisas, no qual Nelson produziu mais de duzentos desenhos. Mas ainda faltava uma voz para a história. Até que, em uma entrevista do vaqueiro Zito, descobriu quem seria o seu narrador: um menino de aproximadamente nove anos que havia acompanhado aquela travessia. Mais de setenta anos depois, essa trilha que serviu de inspiração para uma das obras mais importantes de Guimarães Rosa, Grande sertão veredas, volta a ser percorrida por Nelson e seu menino nesta nova edição da ÔZé, que agora traz um maior número de ilustrações, além do texto atualizado. O livro vem se unir a outros dois títulos da editora que mergulham no universo roseano: Sagatrissuinorana, de João Luiz Guimarães e Nelson Cruz, ganhador do Prêmio Jabuti 2021 nas categorias Livro infantil e Livro do ano, e As Fábulas do Fabuloso Fabulista Joãozito, de Jacques Fux e Carlos Clémen.